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"O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter" (John Dewey)


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Texto do módulo 2 - Gênero: Interrogatório

Foi-nos solicitado, no curso, que escrevêssemos um texto, do gênero interrogatório, baseados em uma dada situação. Confesso que me diverti realizando esta atividade, embora já a conhecesse. A melhor parte foi ler os textos muito interessantes dos colegas.
Como nos foi solicitado que postássemos os textos aqui no blog, lá vai o meu:
 
 

É pela boca que se fisga o peixe

Na delegacia de polícia, algumas horas após encontrar um cadáver na porta de seu apartamento, Camila é interrogada pelo delegado de plantão:

Delegado: A senhora é Camila da Silva Mendes, correto?

Interrogada: Sim, senhor.

Delegado: Qual sua idade, dona Camila?

Interrogada: Acabei de completar 45 na semana passada, doutor. Dia 5.

Delegado: Certo. Profissão?

Interrogada: Professora.

Delegado: Certo. Muito bem. A senhora sabe por que a trouxemos até aqui, sim? Na verdade, precisamos coletar dados para iniciar as investigações sobre o ocorrido em seu apartamento...

Interrogada: Não foi no meu apartamento, não, senhor. Foi na minha porta. O homem tava no corredor, na porta...

Delegado: Eu sei, eu sei, mas foi a senhora quem acionou a polícia e, por favor, acalme-se. Atenha-se aos fatos...

Interrogada: Tá bem, desculpe, doutor, é que nunca estive em uma delegacia antes! E depois, se o senhor soubesse o susto que passei hoje. Nem acredito ainda que achei um morto na minha porta!

Delegado: Bem, mas me diga, a que horas a senhora acordou?

Interrogada: Na hora que sempre acordo. Seis e meia meu despertador toca.

Delegado: E fez exatamente o quê?

Interrogada: Bom, eu levantei, e fui pro banheiro. Tava lavando o rosto, escovando os dentes, o senhor sabe... Quando minha campainha tocou e...

Delegado: A senhora foi atender?

Interrogada: Então, doutor, é como eu disse pros policiais, eu me sequei correndo e corri pra ver quem era naquela hora da manhã. Até me assustei porque não costumo receber ninguém assim tão cedo...

Delegado: Sei, sei... E então?

Interrogada: Então que eu abri a porta e Jesus, Maria, José... Quase tive um treco, doutor. O homem tava lá, estirado na minha porta.

Delegado: E o que a senhora fez?

Interrogada: Primeiro, eu olhei pra ver se tinha mais alguém no corredor, vai sabe, tocaram a campainha, o homem que não deve ter feito isso...

Delegado: E tinha?

Interrogada: Tinha, não, senhor.

Delegado: E como a senhora percebeu que o indivíduo estava morto? Afinal, foi o que relatou ao telefone. Como soube que não fora ele quem tocou a campainha?

Interrogada: Ah, sei lá, eu imaginei, doutor, num sei... O homem tava pálido feito um lençol. Então eu toquei nele. Ai, meu Deus. Tava gelado e duro. Só podia tá morto.

Delegado: A senhora tocou no corpo. Como assim, moveu?

Interrogada: Não, não. De jeito nenhum, doutor. Eu só encostei nele. Já vi que tava morto.

Delegado: E...

Interrogada: E corri pro telefone pra ligar pra vocês. A polícia chegou até que rápido... Eu fiquei lá, tremendo de medo...

Delegado: A senhora conhecia o indivíduo?

Interrogada: Eu? De jeito nenhum. Nunca nem vi... Ai, doutor, eu tô tão nervosa!

Delegado: Já pedi que se acalme, dona Camila. Tudo bem. Acalma-se, sim? Só me responda mais uma coisa, tinha mais alguém em seu apartamento, naquela hora?

Interrogada: Não, senhor, eu moro sozinha.Não tinha ninguém.

Delegado: Sei, sei... Bom, por enquanto é isso.

Interrogada: Eu vou ter que voltar aqui, doutor?

Delegado: Talvez sim. Tudo depende do encaminhamento das investigações. Mas, por enquanto, agradecemos sua presença, a senhora está dispensada.
Interrogada: Ai, senhor! Só me faltava esta. Encontrar um defunto envenenado na minha...
Delegado: Como é? Envenenado?! Mas o que te faz pensar que ele foi envenenado?
Interrogada: Ah?! Como?!
 
 
 
Bem, pessoal, é isso aí. Fiz o melhor que pude, espero que gostem!!!
Até mais...

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