Foi-nos solicitado, no curso, que escrevêssemos um texto, do gênero interrogatório, baseados em uma dada situação. Confesso que me diverti realizando esta atividade, embora já a conhecesse. A melhor parte foi ler os textos muito interessantes dos colegas.
Como nos foi solicitado que postássemos os textos aqui no blog, lá vai o meu:
É pela boca que se fisga o peixe
Na delegacia de polícia, algumas horas após encontrar um cadáver na porta de seu apartamento, Camila é interrogada pelo delegado de plantão:
Delegado: A senhora é Camila da Silva Mendes, correto?
Interrogada: Sim, senhor.
Delegado: Qual sua idade, dona Camila?
Interrogada: Acabei de completar 45 na semana passada, doutor. Dia 5.
Delegado: Certo. Profissão?
Interrogada: Professora.
Delegado: Certo. Muito bem. A senhora sabe por que a trouxemos até aqui,
sim? Na verdade, precisamos coletar dados para iniciar as investigações sobre o
ocorrido em seu apartamento...
Interrogada: Não foi no meu apartamento, não, senhor. Foi na minha porta. O
homem tava no corredor, na porta...
Delegado: Eu sei, eu sei, mas foi a senhora quem acionou a polícia e, por
favor, acalme-se. Atenha-se aos fatos...
Interrogada: Tá bem, desculpe, doutor, é que nunca estive em uma delegacia
antes! E depois, se o senhor soubesse o susto que passei hoje. Nem acredito
ainda que achei um morto na minha porta!
Delegado: Bem, mas me diga, a que horas a senhora acordou?
Interrogada: Na hora que sempre acordo. Seis e meia meu despertador
toca.
Delegado: E fez exatamente o quê?
Interrogada: Bom, eu levantei, e fui pro banheiro. Tava lavando o rosto,
escovando os dentes, o senhor sabe... Quando minha campainha tocou e...
Delegado: A senhora foi atender?
Interrogada: Então, doutor, é como eu disse pros policiais, eu me sequei
correndo e corri pra ver quem era naquela hora da manhã. Até me assustei porque
não costumo receber ninguém assim tão cedo...
Delegado: Sei, sei... E então?
Interrogada: Então que eu abri a porta e Jesus, Maria, José... Quase tive
um treco, doutor. O homem tava lá, estirado na minha porta.
Delegado: E o que a senhora fez?
Interrogada: Primeiro, eu olhei pra ver se tinha mais alguém no corredor,
vai sabe, tocaram a campainha, o homem que não deve ter feito isso...
Delegado: E tinha?
Interrogada: Tinha, não, senhor.
Delegado: E como a senhora percebeu que o indivíduo estava morto? Afinal,
foi o que relatou ao telefone. Como soube que não fora ele quem tocou a
campainha?
Interrogada: Ah, sei lá, eu imaginei, doutor, num sei... O homem tava
pálido feito um lençol. Então eu toquei nele. Ai, meu Deus. Tava gelado e duro.
Só podia tá morto.
Delegado: A senhora tocou no corpo. Como assim, moveu?
Interrogada: Não, não. De jeito nenhum, doutor. Eu só encostei nele. Já vi
que tava morto.
Delegado: E...
Interrogada: E corri pro telefone pra ligar pra vocês. A polícia chegou até
que rápido... Eu fiquei lá, tremendo de medo...
Delegado: A senhora conhecia o indivíduo?
Interrogada: Eu? De jeito nenhum. Nunca nem vi... Ai, doutor, eu tô tão
nervosa!
Delegado: Já pedi que se acalme, dona Camila. Tudo bem. Acalma-se, sim? Só
me responda mais uma coisa, tinha mais alguém em seu apartamento, naquela
hora?
Interrogada: Não, senhor, eu moro sozinha.Não tinha ninguém.
Delegado: Sei, sei... Bom, por enquanto é isso.
Interrogada: Eu vou ter que voltar aqui, doutor?
Delegado: Talvez sim. Tudo depende do encaminhamento das investigações.
Mas, por enquanto, agradecemos sua presença, a senhora está dispensada.
Interrogada: Ai, senhor! Só me faltava esta. Encontrar um defunto
envenenado na minha...
Delegado: Como é? Envenenado?! Mas o que te faz pensar que ele foi
envenenado?
Interrogada: Ah?! Como?!
Bem, pessoal, é isso aí. Fiz o melhor que pude, espero que gostem!!!
Até mais...
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